Quem passeia por lojas de eletrodomésticos ou rola o feed do Instagram já percebeu: o cooktop de indução virou objeto de desejo. Compacto, elegante e cheio de recursos, ele ganhou espaço nas cozinhas brasileiras e, em 2024, desponta como uma das categorias que mais cresce dentro do chamado “lar inteligente”. A seguir, mergulhamos nos números, perfis de consumo, marcas, preços e oportunidades para entender por que o assunto ainda vai render muita conversa – e venda – nos próximos meses.
Crescimento do mercado de cooktops de indução no Brasil
Os dados falam por si. De acordo com o painel de sell-out da GfK, o volume de cooktops de indução avançou em média 18,4% ao ano entre 2019 e 2023, ritmo superior ao dos fogões a gás (4,1%). Analistas projetam que o segmento bata a marca de 650 mil unidades vendidas em 2025, puxado por tendências urbanas e comportamentais.
Um dos motores é a urbanização acelerada. Apartamentos menores obrigam o consumidor a repensar cada centímetro da cozinha. Como o cooktop dispensa forno embutido, ele libera espaço na marcenaria e se encaixa em bancadas estreitas sem comprometer a circulação.
Outro gatilho é a conscientização energética. A indução transfere até 90% do calor gerado para a panela, contra cerca de 55% no gás. Em contas de luz, a economia pode chegar a 30% nos usos mais frequentes e, na ponta do lápis, compensa em até três anos o investimento inicial.
Por fim, a mudança de hábito vem do apelo estético. Embutir o cooktop transmite modernidade, valoriza o imóvel e facilita a limpeza, fatores decisivos para quem abandona o fogão convencional.
Principais públicos-alvo e motivações de compra
O boom do produto não acontece em uma bolha. Ele conversa diretamente com quatro perfis de consumidores que, juntos, impulsionam a curva de adoção.
- Jovens casais: focados em design minimalista, eles veem no vidro preto do cooktop um “toque gourmet” para apartamentos compactos.
- Público preocupado com segurança: sem chamas expostas, a indução reduz risco de queimadura e vazamento, ponto crucial para famílias com crianças ou pets curiosos.
- Chefs amadores: a resposta instantânea ao ajuste de potência garante selagem perfeita, caramelização homogênea e temperatura estável, fatores que impactam diretamente o resultado da receita.
- Adeptos de soluções elétricas sustentáveis: condomínios sem ponto de gás ou residências com energia solar veem na indução uma alternativa limpa que elimina cilindros e manutenção de tubulação.
Mapa competitivo: Dako, Electrolux, Panasonic e Brastemp
Entre dezenas de fabricantes, quatro nomes figuram no topo das buscas e das prateleiras. Para visualizar a estratégia de cada um, confira a tabela comparativa.
| Marca | Faixa de preço | Diferenciais tecnológicos | Percepção de qualidade* | Marketing & canais |
|---|---|---|---|---|
| Dako | R$ 900 – R$ 1.300 | Função turbo booster em um queimador | 3,9/5 | Foco em varejo físico e lives em marketplaces |
| Electrolux | R$ 1.400 – R$ 2.200 | Zonas flex, timer individual e sensor automático de panela | 4,4/5 | Conteúdo no YouTube + influenciadores de gastronomia |
| Panasonic | R$ 2.500 – R$ 3.200 | Controle slide touch, nove níveis de calor e app de diagnóstico | 4,6/5 | Campanhas 360° com foco em sustentabilidade |
| Brastemp | R$ 1.800 – R$ 2.600 | Função derreter, pausa e retomada + acabamento diamantado | 4,3/5 | Parcerias com realities culinários e mídia OOH |
*Notas médias levantadas em fevereiro de 2024 nos principais marketplaces.
Enquanto a Dako entra como opção de entrada, Electrolux domina a categoria custo-benefício. Panasonic se posiciona no topo com foco em tecnologia avançada, e a Brastemp equilibra tradição e inovação para consumidores dispostos a pagar um pouco mais.
Estratégias de precificação: barato, custo-benefício e top de linha
Definir o preço certo é arte e ciência. Fabricantes analisam renda média, elasticidade de demanda e funcionalidades para posicionar cada item na prateleira.
No tier “barato”, o Dako Diplomata atrai pelo preço sugestivo abaixo de R$ 1.000 em promoções. Ele sacrifica extras, mas entrega o essencial: duas bocas de indução de 1.400 W e superfície fácil de limpar.
Na faixa intermediária, o Electrolux IE60P reina com quatro zonas, painel touch intuitivo e potência de 3.700 W. Custa em torno de R$ 1.700, valor que cabe no bolso de quem quer upgrade sem extrapolar o cartão.
Para quem busca status e performance, o top de linha da Panasonic ultrapassa R$ 3.000, mas agrega conectividade, detector de panela e acabamento premium. Aqui, funcionalidades extras elevam o valor percebido, algo potencializado por reviews especializados.
O varejo ainda recorre a datashopping com descontos agressivos em Black Friday, Dia das Mães ou Aniversário do Marketplace. O objetivo é criar efeito de urgência e girar estoque sem comprometer o preço cheio no restante do ano.
Influência do digital nas decisões de compra
Se antes a escolha do fogão acontecia no ponto de venda, hoje o funil se deslocou para as telas. Os consumidores chegam na loja já “educados” e prontos para fechar negócio.
70% das prateleiras virtuais se movimentam após o consumidor assistir, pelo menos, um vídeo de review ou unboxing, segundo estudo da Nielsen IQ.
YouTubers como Cozinha BossaNova ou Canal Geek Indução fazem testes de aquecimento, demonstram receitas e comparam ruído, desempenho e limpeza. Nos comentários, links de afiliado aceleram a conversão e garantem comissão ao criador.
Outro fenômeno é a popularização de planilhas colaborativas, onde moderadores atualizam preços em tempo real. O usuário visualiza, clica e, em segundos, finaliza a compra.
Já os grupos de ofertas no WhatsApp funcionam como balcão de oportunidades: notificação push, cupom limitado e checkout em três cliques. A estratégia reforça o senso de exclusividade e impulsiona o volume de vendas instantâneas.
Para completar, avaliações 4+ estrelas em marketplaces têm peso decisivo. Produtos com nota acima de 4,3 convertem até 23% mais, demonstrando que reputação é capital no comércio eletrônico.
Tendências tecnológicas e inovações para 2024-2025
A corrida pela diferenciação não dá sinais de trégua. Abaixo estão as inovações que chegam às gôndolas no próximo biênio.
- Integração com assistentes virtuais: comandos de voz via Alexa ou Google Home permitem ligar a boca, ajustar potência e programar timer sem tocar no painel.
- Zonas flexíveis de vidro: sensores identificam o diâmetro da panela e direcionam calor pontualmente, reduzindo perda de energia.
- Monitoramento de consumo em tempo real: visores LED ou apps exibem kWh gastos por receita, educando o usuário a cozinhar de forma eficiente.
- Materiais sustentáveis: embalagens de papelão certificado e componentes recicláveis elevam a percepção ecológica da marca.
Insights e oportunidades para marcas e varejistas
O horizonte é promissor, mas exige estratégia fina. Aqui vão quatro caminhos para capturar valor sem perder competitividade.
Lançar linhas de entrada permite importar novos consumidores, mas é crucial preservar acabamento, garantia e assistência para evitar diluição de marca. Equilibrar preço e qualidade mantém a confiança de quem pode migrar depois para modelos mais caros.
Programas de fidelidade, com cashback para upgrades, estimulam a troca de aparelhos a cada três anos. A cada novo ciclo de compra, a base de clientes se torna mais rentável e defensiva contra a concorrência.
Parcerias com influenciadores, incluindo lives de receita ao vivo, maximizam demonstrações de recurso e geram conteúdo evergreen. Vídeos com degustação ao final têm engajamento 45% maior que anúncios estáticos.
Por último, o pós-venda. Oferecer instalação técnica, vídeo-chamada de suporte e fleet service para reposição de peças cria experiência sem atrito e reduz devoluções. Quem investir nisso terá não só vendas, mas embaixadores espontâneos da marca.
Em resumo, o cooktop de indução não é moda passageira. Ele simboliza a fusão de design, tecnologia e sustentabilidade que ditará o ritmo da cozinha moderna. Marcas preparadas para entender o consumidor 4.0 e entregar valor completo – do unboxing ao pós-venda – colherão os frutos desse mercado em ebulição.
Perguntas Frequentes
Quais são os principais motivos para escolher um cooktop de indução?
Ao optar pela indução o consumidor ganha rapidez de aquecimento, economia de até trinta por cento na conta de luz, superfície fácil de limpar, segurança sem chama exposta e um visual moderno que valoriza o imóvel e libera espaço no mobiliário.
Como a eficiência energética do cooktop impacta a conta de luz mensal?
A eficiência de noventa por cento na transferência de calor faz a panela receber mais energia útil, reduzindo o tempo de cocção e permitindo economia média de trinta por cento na fatura, o que compensa o investimento inicial em aproximadamente três anos mesmo em uso diário.
Qual perfil de consumidor mais impulsiona as vendas de cooktops em 2024?
Jovens casais urbanos vêm liderando as compras graças ao design minimalista e economia de espaço, mas famílias com crianças, chefs entusiastas e moradores de condomínios sem gás também aumentam a procura, criando um mercado diversificado que acelera o crescimento de vendas em todo o país.
Que vantagens o cooktop oferece para apartamentos pequenos e cozinhas compactas?
O cooktop sem forno embutido permite instalar gavetas ou armários extras sob a bancada, ocupa menos profundidade, melhora a circulação e, por ter superfície vitrocêramica lisa, simplifica a limpeza diária, solução perfeita para cozinhas compactas onde cada centímetro precisa ser utilizado com inteligência.
Como as faixas de preço diferenciam modelos de entrada e topo de linha?
Modelos de entrada custam perto de mil reais, oferecem duas zonas básicas e poucos recursos, enquanto intermediários por volta de mil e setecentos entregam quatro bocas, timers e potência maior; já tops acima de três mil agregam conectividade, sensores de panela e acabamento premium para quem busca status.
Quais funcionalidades tecnológicas mais valorizadas pelos chefs amadores brasileiros?
Entre os recursos mais cobiçados pelos apaixonados por gastronomia estão controle preciso de potência em nove ou mais níveis, resposta instantânea ao toque, zonas flex que unem duas áreas para panelas grandes e função pausa, tudo garantindo selagem perfeita, caramelização uniforme e maior repetibilidade das receitas sofisticadas.
De que forma o marketing digital influencia a decisão de compra do consumidor?
O consumidor pesquisa vídeos tutoriais no YouTube, compara reviews em marketplaces, lê comentários de influenciadores de gastronomia e chega ao ponto de venda com marca, modelo e preço desejados, tornando o marketing de conteúdo e a presença em mídia social fatores decisivos para converter intenção em compra.
Quais marcas lideram o mercado e quais estratégias utilizam para se destacar?
Electrolux, Brastemp, Panasonic e Dako disputam destaque usando estratégias distintas como influenciadores culinários, parcerias com realities, campanhas sustentáveis e lives em marketplaces, posicionando respectivamente opções de custo benefício, tradição inovadora, tecnologia premium e preço de entrada que segmentam o público e aumentam a visibilidade dos produtos.
Fonte: Canal
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