O cheiro da lenha queimando, o crepitar do fogo e o sabor inconfundível dos alimentos preparados lentamente fazem do fogão à lenha um verdadeiro ícone da culinária brasileira. Mais que nostalgia, construir o seu próprio fogão caseiro pode render economia, autossuficiência e um toque de sustentabilidade no dia a dia. Neste guia completo você aprenderá, passo a passo, como planejar, construir e manter um fogão à lenha simples sem abrir mão da segurança.
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Por que optar por um fogão à lenha?
Antes de colocar a mão na massa é importante entender os múltiplos benefícios que justificam o investimento em um fogão à lenha doméstico.
Vantagens econômicas
Em muitas regiões, lenha de reflorestamento ou sobras de poda custam até 70 % menos do que o gás de cozinha (GLP). Isso significa uma redução real na conta mensal, especialmente para quem cozinha grandes volumes.

Sabor diferenciado
O calor seco e contínuo da lenha realça aromas, promove caramelização lenta e confere aquele leve defumado que não se obtém no fogão convencional.
Sustentabilidade
Quando proveniente de manejo responsável, a lenha é uma biomassa renovável. Além disso, a queima de madeira de origem certificada gera menor pegada de carbono que o GLP, um combustível fóssil.
Autossuficiência
Para sítios, chácaras ou residências com fornecimento de energia instável, o fogão à lenha garante comida quente mesmo em apagões prolongados.
Para visualizar as diferenças de custo e impacto ambiental, confira a tabela comparativa:
Critério | Fogão à Lenha | Fogão a Gás (GLP) |
---|---|---|
Custo do combustível (mês) | R$ 30 – 60* | R$ 120 – 180* |
Emissão de CO₂ (kg/ano) | ≈ 200 | ≈ 450 |
Autonomia em falta de energia | Total | Nenhuma |
*Valores médios para uma família de 4 pessoas, variando por região e hábitos de uso.
Materiais e ferramentas necessárias
Escolher materiais adequados é decisivo para a durabilidade e eficiência térmica do seu fogão. Abaixo listamos os itens essenciais e dicas para obter o melhor custo-benefício.
Principais materiais
- Tijolos refratários (resistem a altas temperaturas sem trincar)
- Barro ou argamassa refratária para assentamento
- Grelha de ferro (diâmetro compatível com panelas mais usadas)
- Chaminé metálica galvanizada ou inox (mín. 100 mm de diâmetro)
- Porta de ferro fundido com visor ou simples
Ferramentas básicas
- Colher de pedreiro e marreta de borracha
- Nível de bolha, trena e esquadro
- Luvas resistentes ao calor e óculos de proteção
Cálculo de quantidades
Em projetos compactos (60 cm × 80 cm de base) costuma-se usar entre 90 e 110 tijolos refratários e cerca de 25 kg de argamassa. Se o modelo for maior, aplique uma regra simples: some 30 tijolos a cada 10 cm extras de comprimento ou largura.
“Tijolo barato sai caro.” Opte por fornecedores que garantam certificação ISO ou INMETRO para refratários – a diferença de preço se paga na vida útil do fogão.
Planejamento do espaço e segurança
O local de instalação precisa conciliar ventilação, proteção contra intempéries e afastamento de materiais inflamáveis. Planejar antes evita retrabalho e acidentes.
Primeiro, escolha uma área coberta mas bem ventilada, como varanda ou edícula. Garanta no mínimo 1 m de distância lateral de paredes de madeira e 1,5 m de qualquer armário ou estofado.
Sobre a chaminé, ela deve subir pelo menos 50 cm acima do ponto mais alto do telhado, criando tiragem suficiente para impedir o retorno de fumaça. Use chapéu protetor para bloquear chuva.
Por fim, construa uma base firme. Uma laje simples de concreto de 5 cm já suporta o peso, mas verifique o nivelamento com régua e bolha – um fogão inclinado gera fissuras prematuras.

Passo a passo para construir seu fogão à lenha simples
Com tudo comprado e o espaço preparado, é hora de erguer o fogão. Siga as etapas na ordem indicada para garantir alinhamento e vedação perfeitos.
- Preparar a base
Marque o perímetro, aplique argamassa e assente a primeira fiada de tijolos refratários, conferindo nível em todos os lados. - Montar a fornalha
Deixe um vão de 30 cm × 30 cm para combustão. Na terceira fiada, encaixe a grelha de ferro de modo que fique 5 cm abaixo do plano onde ficarão as panelas. - Construir o suporte para panelas
Eleve as paredes laterais, formando um nicho para apoio dos utensílios. Mantenha aberturas frontais menores para concentrar calor e facilitar o manuseio das brasas. - Instalar a chaminé
No canto traseiro, deixe um orifício de diâmetro igual à chaminé. Encaixe o tubo metálico, vede com argamassa refratária e suba até a altura recomendada. - Tempo de cura
Após a última camada, aguarde 48 h. Esse período é crucial para a argamassa alcançar resistência térmica antes da primeira queima.
Primeira queima e teste de funcionamento
A “queima de cura” é leve, usando gravetos, para expulsar umidade sem choques térmicos que possam rachar os tijolos.
Acenda pequena fogueira por 30 minutos, observando se a fumaça flui livremente pela chaminé. Caso note refluxo, calibre a altura do tubo ou instale um terminal giratório (cata-vento).
Após esfriar, inspecione fissuras finas. Fendas menores que 2 mm são normais; selos simples de argamassa resolvem. Trincas maiores exigem substituição do tijolo ainda fresco.
Dicas de manutenção e longevidade
Cuidar bem do fogão garante sabor e segurança por muitos anos. Incorpore as rotinas abaixo ao seu cronograma doméstico.
- Limpeza da chaminé a cada 2 meses de uso intenso para remover creosoto e evitar incêndios internos.
- Inspeção estrutural anual, procurando trincas e repondo argamassa onde necessário.
- Lenha sempre seca, armazenada em cavaletes ou paletes cobertos; isso reduz fumaça e aumenta eficiência.
- Peças metálicas como grelha e porta sofrem dilatação. Substitua se empenarem ou oxidarem em excesso.
Receitas e uso cotidiano
Dominar o controle de temperatura é o segredo para tirar o máximo do seu fogão. Lenha fina faz chama alta e aquecimento rápido; toras grossas produzem brasas e calor estável.
Receitas que brilham na lenha
Feijão tropeiro, pães de longa fermentação e doces como goiabada caipira ganham textura cremosa e aroma defumado suave. Experimente também assados lentos, como pernil, que cozinham uniformemente nas brasas.
Ao finalizar, aproveite o calor residual: deixe panelas tampadas sobre a grelha para manter a refeição quente durante horas sem gastar lenha extra.
Conclusão: vale a pena investir em um fogão à lenha?
Se você busca economia, sabor autêntico e menor impacto ambiental, um fogão à lenha bem construído é excelente escolha. Em média, o retorno do investimento ocorre em 12 a 18 meses para famílias que cozinham diariamente, frente ao gasto com GLP.
Com planejamento, materiais de qualidade e os cuidados descritos, você terá um equipamento durável, capaz de transformar a rotina culinária e ainda proporcionar momentos aconchegantes em torno do fogo. Prepare as ferramentas, siga o passo a passo e dê o primeiro passo rumo ao seu próprio fogão à lenha seguro e sustentável!

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